Provavelmente você já ouviu falar que o caminho para a felicidade está na compreensão do propósito da vida. Mas o que isso significa? Que temos que transcender? Conectarmos com algo?
Existem várias maneiras de explorar e compreender nosso lugar no mundo, e uma delas é por meio da espiritualidade. Ela tem raízes profundas ao proporcionar significado e autoconhecimento.
Segundo a professora Diana Chao Decock, que leciona no curso 4D de bacharelado em Gestão da Felicidade e Projeto de Vida da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), a espiritualidade é uma experiência íntima e profunda. Ela desafia a compreensão humana, dando à existência um sentido e propósito que direcionam para a plenitude e uma vida bem vivida.
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“Os ritos, as filosofias e os mitos que emanam da espiritualidade são instrumentos que não detêm valor intrínseco, sua importância reside na capacidade de catalisar a transformação pessoal e promover a conexão consigo mesmo. A espiritualidade nos convida a transcender o efêmero e a encontrar a autenticidade e a plenitude”, explica.
Autoconhecimento
Muitas vezes, a educação nos orienta a descobrir o que há no mundo ao nosso redor, a aprender a nos relacionar com os outros, desempenhar funções, executar tarefas e decifrar a realidade lá fora. Essa instrução é vital para nos adaptarmos à vida em sociedade. No entanto, conforme Diana destaca, raramente somos motivados a investigar nosso próprio mundo interior, a entender nossos pensamentos, emoções, desejos e valores.
“A espiritualidade pode ser vista como o encontro consigo mesmo, uma experiência que se torna um guia para nossas ações no mundo exterior. Ela é o caminho que nos conduz ao autoconhecimento, permitindo que nossas ações e relações com o mundo estejam alinhadas com nossa interioridade. É a jornada espiritual que nos leva a uma compreensão mais profunda de nós mesmos e do nosso lugar no universo, enriquecendo assim nossa experiência de vida”, comenta a especialista.
Felicidade
Explorar e mensurar a felicidade demanda uma abordagem metodológica e epistemológica cuidadosa. Diana destaca que várias pesquisas têm se dedicado a desvendar os caminhos para atingir a felicidade, incluindo o papel da espiritualidade nesse processo. Em 1999, a Organização Mundial da Saúde (OMS) expandiu sua definição de qualidade de vida, passando a abrangê-la como uma dimensão multifacetada que inclui o bem-estar físico, psicológico, social e espiritual.
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“Diferentes estudos têm comprovado as implicações da espiritualidade em relação à prevalência, diagnóstico, tratamento, resultados clínicos e prevenção de doenças. Além de demonstrar o impacto da espiritualidade no bem viver", afirma Diana.
Como praticar?
Para além das práticas como a oração, a eucaristia, a meditação, a prece e o ofertório, que representam alguns dos meios para explorar nosso mundo interior, Diana observa que é viável perceber a espiritualidade se manifestando em diferentes momentos e circunstâncias da vida.
“Às vezes, ao caminhar em contato com a natureza, em um mergulho no mar, em uma conversa com alguém ou durante o trabalho, podemos nos sentir plenos e experimentar nossa própria jornada espiritual. A espiritualidade é uma experiência pessoal e única, que vai além dos ritos religiosos ou institucionalizados. Ela está em nossa capacidade de experienciar a conexão interior e a compreensão de nós mesmos, independentemente do contexto em que isso ocorre”, complementa.
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Fonte: Globo