Israel dá 24 horas para que palestinos saiam de Gaza; ONU teme consequências humanitárias
Israel emite alerta para que palestinos na Cidade de Gaza saiam do local em 24 horas, população teme ataque por terra e a ONU pede paralisação de ataque para evitar desastre humanitário. OMS apela para que movimentação seja interrompida para evitar " sentença de morte" em pacientes
Nesta quinta-feira (12), foi emitido um alerta por parte do exército israelense para população de Gaza. No material também vinculado nas redes sociais das forças militares de Israel, é solicitado que todos os moradores da Cidade de Gaza saiam de suas casas em direção ao sul em até 24 horas.
Também foi relatado por membros do exército israelense que a "evacuação é para própria segurança" de pessoas que moram no local. Foi indicado que as pessoas devem aguardar a permissão de Israel para voltar à Cidade de Gaza.
As informações do Exército indicam que o alerta é direcionado apenas para moradores da Cidade de Gaza, que tem cerca de 677 mil habitantes, não de toda região da Faixa de Gaza, com aproximadamente 1,1 milhão de pessoas.
Foi apresentado por Israel que as operações em Gaza serão "significativas" e que habitantes do local não devem se aproximar ou ultrapassar a fronteira do local.
A situação faz com que muitos palestinos temam que Israel comece uma invasão por terra na região. Antes da confirmação da informação nas redes sociais, a Organização das Nações Unidas (ONU) indicou que esse comunicado foi apresentado próximo da meia-noite no horário local, o que faria com que os palestinos tivessem até 18h no horário de Brasília para sair da região.
Sobre a situação, o chefe do gabinete de comunicação do Hamas, Salama Marouf, declarou que o alerta israelense era uma "propaganda falsa, com o objetivo de semear confusão entre os cidadãos e prejudicar a nossa coesão interna". Também foi orientado que os palestinos "não se envolvessem nestas tentativas".
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Em resposta a essa solicitação do exército israelense, Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, solicitou que Israel rescinda qualquer ordem de ataque para "evitar o que poderia transformar o que já é uma tragédia numa situação calamitosa".
Essa movimentação é causada pelo posicionamento da ONU de que seria "impossível que tal movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras" por não haver tempo suficiente para que esse grande número de pessoas consiga se movimentar para fora da região que supostamente seria atacada.
Dujarric ainda indicou que a ordem para que fosse deixada a parte norte de Gaza foi dada também aos funcionários da ONU e às pessoas que estão utilizando instalações da ONU como abrigo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) também apelou com Israel, ao relatar que a movimentação de pessoas em estado grave nos hospitais de Gaza e/ou precisam de suporte de respiração seria uma "sentença de morte".
A fronteira de Israel com a Faixa de Gaza está cercada por diversos tanques de guerra, desde o começo da semana os israelenses bloqueiam a entrada de comida, água e medicamentos na Cidade de Gaza. É relatado que os sinais de telefonia e a eletricidade também foram comprometidos por Israel.