AMÉRICA LATINA

Vai ter GUERRA na FRONTEIRA VENEZUELA-GUIANA? Entenda tensão após EUA enviarem militares para região

O Ministério da Defesa do Brasil também divulgou um aumento significativo das operações de defesa na região da fronteira Norte do Brasil

Cadastrado por

Marcelo Aprígio

Publicado em 30/11/2023 às 11:12 | Atualizado em 30/11/2023 às 11:39
Militares desfilando no Bicentenário de independência da Venezuela - Cancillería del Ecuador/FLICKR

A tensão na fronteira entre Venezuela e Guiana segue nas alturas. Isso porque chefes do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA, enviados pelo governo de Joe Biden, estão sendo deslocados para a Guiana com o intuito de elaborar estratégias de defesa para o país.

Tropas venezuelanas foram mobilizadas para a fronteira com a Guiana e iniciaram a construção de uma base aérea, mas parte retornou a Caracas no último fim de semana.

Essa ação está sendo executada na mesma semana em que a Venezuela planeja realizar um referendo para legitimar a anexação de mais de dois terços do território da Guiana, especificamente na região do rio Essequibo.

O governo da Venezuela vai promover um referendo em 3 de dezembro, no qual perguntará a seus cidadãos se apoiam a concessão da nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes de Essequibo, região de 160 mil km², rica em petróleo, pela qual o país mantém um litígio com a vizinha Guiana.

A consulta popular também vai decidir sobre a criação de uma nova província venezuelana chamada "Guiana Essequiba".

Por sua vez, a Guiana rejeita a iniciativa venezuelana, classificando-a de "ameaça" e uma violação das "leis internacionais".

VAI TER GUERRA?

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, expressou sua esperança pela prevalência do bom senso diante da situação, mas assegurou que seu governo está se preparando para qualquer desfecho, considerando o referendo como uma ameaça à paz e à segurança na América Latina e no Caribe.

Ele também alertou sobre as discussões mantidas com "parceiros estratégicos", mencionando especificamente os "membros do Conselho de Segurança da ONU", em referência aos Estados Unidos.

Por outro lado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs uma reunião com Ali, que se mostrou aberto ao diálogo como um gesto de boa vizinhança.

No entanto, Ali enfatizou que a controvérsia deve ser resolvida na Corte Internacional de Justiça (CIJ).

O governo de Maduro já defendeu publicamente a invasão do território em disputa, que remonta a mais de um século, quando a Guiana ainda era uma colônia britânica, gerando preocupações entre as autoridades internacionais.

BRASIL AUMENTA TROPAS NA FRONTEIRA

O Ministério da Defesa divulgou um aumento significativo das operações de defesa na região da fronteira Norte do Brasil. Essa ação está em resposta à disputa territorial por Essequibo.

O incremento das tropas na área foi uma medida tomada em atendimento ao pedido do senador Hiran Gonçalves (PP-RR), que solicitou o reforço das Forças Armadas em Pacaraima, cidade brasileira situada na fronteira com a Venezuela.

A disputa pelo controle da região de Essequibo, atualmente sob administração da Guiana, é motivada pela descoberta de extensas reservas de petróleo estimadas em 11 bilhões de barris.

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